Universidades e institutos federais, que já estavam com situação financeira preocupante, foram surpreendidos com mais um bloqueio de verbas por parte do governo federal.
O Ministério da Educação (MEC) informou aos reitores que serão retidos 5,8% dos orçamentos das instituições, o que equivalente a R$ 328 milhões para as universidades. Nos institutos, soma R$ 147 milhões. A pasta terá contingenciamento de R$ 2,4 bilhões.
O bloqueio foi feito na última sexta-feira (30 de setembro), dois dias antes do primeiro turno das eleições. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) ressalta que mais uma diminuição de verbas põe em risco o funcionamento do ensino superior federal.
A entidade marcou uma reunião emergencial, nesta quinta-feira (06), para discutir o assunto e debater ações e providências.
Para as duas maiores universidades federais de Pernambuco, UFPE e UFRPE, o contingenciamento será de quase R$ 12 milhões.
Na UFPE, que tem comunidade acadêmica formada por cerca de 47 mil pessoas, entre professores, alunos, técnicos e terceirizados, o bloqueio é de R$ 8,7 milhões, segundo o reitor Alfredo Gomes.
Na Rural, que soma 22 mil pessoas entre estudantes, docentes, servidores e terceirizados, o corte é de R$ 3 milhões, de acordo com o reitor Marcelo Carneiro Leão.
No Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), o impacto será de R$ 2,6 milhões a menos na conta, conforme a assessoria da instituição. O instituto tem câmpus em 16 cidades pernambucanas e além do ensino superior oferece cursos técnicos. São cerca de 29 mil alunos.
"Infelizmente cada vez mais fica inviável a manutenção do funcionamento adequado de nossas instituições. Na UFRPE, o bloqueio orçamentário representou R$ 3.020.740,86", diz o reitor Marcelo Carneiro Leão.
"Tínhamos cerca de R$ 6,5 milhões disponíveis para empenho neste momento. Agora só poderemos empenhar até R$ 3,5 milhões", explica o reitor.
Ele lembra que o orçamento desse ano já havia sofrido corte de 32,5% se comparado com 2021. "E que foi agravado, no meio deste ano, com um novo corte na ordem de 14% na rubrica de funcionamento", destaca Marcelo Carneiro Leão.
O reitor já havia ido até Brasília em meados de setembro para mostrar ao MEC a dificuldade em arcar com o pagamento das contas até o final do ano. Na conversa que teve com o secretário de Ensino Superior do MEC, Wagner Villas-Boas, o reitor informou que precisaria de R$ 14,5 milhões para manter a Rural até dezembro.
O ano letivo de 2021 na Rural acaba esta semana. Depois haverá férias, com retorno programado para 8 de novembro, com o início do ano letivo de 2022, atrasado por causa da pandemia de covid-19.
UFPE
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