O consumo de alimentos vendidos em supermercados segue crescendo no Brasil, como indica um levantamento conduzido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A pesquisa indicou que em agosto, esse índice teve aumento de 7,23%, comparado ao mesmo mês do ano passado. O consumo também cresceu em relação ao ano passado. Nos oito primeiros meses deste ano, o aumento é de 2,67%, frente ao mesmo período em 2021.
Se comparado com julho, o mês de agosto teve um resultado ainda mais expressivo, com 6,12% de crescimento. Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a alta do consumo é resultado da queda da inflação nos últimos meses e dos programas sociais do governo. "Na conjuntura econômica, o crescimento das vagas de emprego formal, o aumento no valor dos benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, e a queda nos preços dos alimentos contribuíram para o crescimento do consumo", avaliou Milan.
O levantamento também identificou recuo nos preços de alimentos vendidos em supermercados. Segundo a Abras, a queda foi de 9,89% no preço médio dos produtos no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior. É a segunda deflação seguida medida pelo levantamento, que destaca a queda de alimentos básicos como leite, óleo de soja, feijão e açúcar como fatores decisivos para o resultado.
Em agosto, o preço do leite longa vida registrou queda de 13,71%. Outros alimentos também seguiram essa tendência, como óleo de soja (-6,27%), feijão (-4,78%), tomate (-3,82%), carne bovina (-1,17%) e açúcar refinado (-1,07%).
Houve aumento entre outros produtos, como cebola (11,22%), farinha de mandioca (3,98%), batata (2,76%) sabão em pó (2,42%) e sabonete (1,94%), consideradas as principais altas, segundo a associação.
"A deflação já começa a ser percebida pelo consumidor nas gôndolas do supermercado, principalmente nos alimentos que foram fortemente impactados pelo conflito no Leste Europeu, como o óleo de soja e outros derivados das commodities agrícolas. Outros fatores, como o fim da entressafra na cadeia leiteira tendem pressionar menos o preço dos lácteos, que tiveram alta expressiva nos últimos meses", analisou Milan.
A partir dos últimos resultados, a Abras também revisou a projeção de crescimento do consumo das famílias neste ano, de 2,8% para um crescimento de 3% a 3,3%.
Cesta básica
O valor médio da cesta básica de alimentos, em setembro, caiu em relação ao mês anterior em quatro das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo Horus & FGV-Ibre. A queda variou de 2,3% a 0,8% e, nas quatro cidades onde houve aumento, as variações foram de 0,1% a 5,5%.
As cidades que registraram as maiores altas foram Belo Horizonte (5,5%) e Brasília (3,6%). Já São Paulo e Salvador apresentaram as maiores quedas, com 2,3% e 2,1%, respectivamente.
A cesta mais cara, apesar de queda em relação ao mês anterior, continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 878,14), seguida pelas de São Paulo (R$ 868,20) e Fortaleza (R$ 795,10). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 670,55), Manaus (R$ 679,85) e Curitiba (R$ 726,75) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, três apresentaram aumento de preço em todas as capitais: frutas, farinha de mandioca e massas alimentícias. Por outro lado, o óleo de soja apresentou queda em todas as cidades pesquisadas. Outros produtos que apresentaram altas expressivas em diversas capitais foram legumes (em especial, a cebola), pão e ovos.
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