Janeiro Verde é o mês em alusão à conscientização para a prevenção do câncer do colo de útero, terceiro tumor maligno mais frequente em mulheres, ficando atrás apenas do câncer colorretal e de mama, de acordo com dados de 2022, do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A doença é provocada pela infecção persistente de alguns tipos de papilomavírus humanos (HPV), sexualmente transmissíveis e capazes de modificar o DNA celular, provocando células neoplásicas que podem se multiplicar e causar o câncer.
Segundo a médica ginecologista e especialista no cuidado com cânceres ginecológicos Maria Carolina Valença, que atua no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) e no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), a prevenção é o melhor caminho para evitar casos graves da doença.
"As melhores formas de prevenção do câncer são a vacina contra o vírus HPV e a realização dos exames preventivos do colo do útero regularmente, como o papanicolau. A vacina também está no calendário vacinal para pessoas de 9 a 45 anos, mas o exame preventivo não deve ser esquecido mesmo pelas mulheres que foram vacinadas", afirmou Maria Carolina.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o HPV, cuja a principal via de contágio é a sexual, costuma acometer 54,6% dos jovens entre os 16 e 25 anos. A vacina é disponibilizada gratuitamente em postos de imunização para adolescentes de até 14 anos.
A médica ginecologista afirma que, quando detectada no começo, a doença pode ser curada na maioria dos casos. "O câncer de colo uterino é assintomático em fases iniciais. Quando apresentam sangramentos após relações sexuais ou espontâneos, de forma não coincidente com o período menstrual, o tumor já deve estar avançado", afirmou a especialista, informando que o tratamento mais indicado depende do estágio em que o tumor se apresenta.
"Visando que o que queremos é achar e tratar as lesões pré-malignas do colo uterino, antes do câncer se instalar, a retirada das lesões com margens pode resolver 90% dos casos. Geralmente, é realizado por eletrocirurgia, com um aparelho como um bisturi elétrico, onde tiramos o tamanho necessário para tratar as lesões com um eletrodo 'em alça'. Quando não se pode usar esse aparelho, podemos recorrer à cirurgia clássica para retirada da porção do colo acometida com o bisturi simples", informou a médica.
Em casos mais graves, a retirada do útero pode ser indicada pelos especialistas, assim como o tratamento via radioterapia, que pode ser solicitado de acordo com o estadiamento em que se encontra a doença.
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